No debate com os candidatos à
prefeito na BAND, Eduardo Paes disse que negociou as licitações
das vans individualmente e não respondeu sobre sua ligação com as milícias..
Que coisa curiosa é essa foto acima, não?
Que coisa curiosa é essa foto acima, não?
Neste domingo, a Rede Globo denunciou mais detalhes da máfia das vans na
Zona Oeste do Rio de Janeiro. Controladas por grupos de milicianos,
eles mantêm, de acordo com a reportagem, um complexo sistema de propinas
e extorsões que envolve policiais militares, políticos e motoristas.
Mesmo circulando de maneira irregular, as vans são ignoradas pelas
autoridades e circulam graças ao "arrego" pago semanalmente a policiais.
O mais chocante é que esses mesmos líderes milicianos se reuniram em
2009 com o então prefeiro recém-eleito Eduardo Paes para, em tese,
garantir a vitória de seus grupos na licitação das linhas de vans
CPI das Milícias
Na ocasião, Eduardo Paes garantiu aos
líderes das cooperativas denunciadas na "máfia das vans" que elas teriam
preferência no processo licitatório das linhas de cada região. A
intenção era manter as linhas nas organizações de trabalhadores,
ignorando o fato de que elas mantinham laços estreitos com milicianos.
Anterior ao encontro, a CPI das Milícias já denunciava algumas das
pessoas que aparecem reunidas com Paes e com o vereador Adílson Pires
(PT-RJ).
Na foto acima, é possível ver César Moraes Gouveia, conhecido como
"César Cabeção". De preto e próximo da porta, ele é o presidente da Rio
da Prata, cooperativa vencedora da licitação de 10 linhas na Zona Oeste e
citada na matéria da Rede Globo como responsável por uma grande rede de
propinas a policiais militares. Ele também foi citado na CPI das
Milícias como um dos líderes da máfia de transportes da Zona Oeste.
Atrás de César Cabeção, de braços cruzados, está Dalcemir Barbosa,
acusado pela mesma CPI de ser um dos líderes da milícia que domina Rio
das Pedras. À direita do prefeito ainda é possível ver Hélio Ricardo,
mais conhecido como "Gringo". Responsável por uma violenta guerra de
cooperativas na região, Hélio está preso na Polinter do Grajaú acusado
de envolvimento com a milícia. Getúlio Rodrigues, também apontado como
líder miliciano, estava presente na reunião e seria executado no ano
seguinte.
Justificativa
Procurada pelo Jornal do Brasil,
a Secretaria Municipal de Transportes esclareceu que todos os
participantes do processo licitatório que concedeu às cooperativas o
direito de circular na Zona Oeste estavam de acordo da lei. Apesar de
terem sido citados na CPI das Milícias, eles ainda não tinham sido
condenados por qualquer crime e atendiam aos requisitos previstos pela
Justiça. A secretaria, no entanto, garantiu que, caso as irregularidades
sejam comprovadas, as licitações serão suspensas.
"Por mais que
eles ainda não tivessem contra si qualquer crime na Justiça, essas
pessoas foram citadas na CPI das Milícias e mereciam atenção especial.
Não é por menos que, entre as pessoas com as quais a Prefeitura
negociou, há pessoas presas e foragidas", criticou o deputado estadual
Marcelo Freixo (PSOL-RJ), responsável pela investigação.
Modelo perigoso
Em nota, o Sindvans-Rio criticou o modelo de licitações adotado pela
Secretaria de Transportes, no qual cooperativas ou empresas podem
concorrer pelas linhas de cada região. Para o sindicato, a licitação
deveria ser aberta aos trabalhadores autônomos, que são vítimas dos
esquemas de extorsão das cooperativas.
"Os trabalhadores
autônomos legalizados são vítimas e reféns desse sistema que o crime
organizado, há mais de uma década, explora com mão de ferro", criticou o
Sindvans, que pressiona Eduardo Paes para rever as licitações que deram
poder às cooperativas lideradas por milicianos.
A Secretaria de
Transportes explicou que o modelo proposto pelo sindicato não é
aplicável, já que não permitiria ao poder público controlar o número de
veículos destinados a cada região e os itinerários adotados pelos
motoristas.
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