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domingo, 5 de agosto de 2012

Em 2009, Eduardo Paes se reuniu com supostos chefes da "máfia das vans"

No  debate com os candidatos à prefeito na BAND,  Eduardo Paes disse que negociou as licitações das vans individualmente e não respondeu sobre sua ligação com as milícias..
Que coisa curiosa é essa foto acima, não? 

REPORTAGEM DO JORNAL DO BRASIL - 25/10/ 2010

Neste domingo, a Rede Globo denunciou mais detalhes da máfia das vans na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Controladas por grupos de milicianos, eles mantêm, de acordo com a reportagem, um complexo sistema de propinas e extorsões que envolve policiais militares, políticos e motoristas. Mesmo circulando de maneira irregular, as vans são ignoradas pelas autoridades e circulam graças ao "arrego" pago semanalmente a policiais. O mais chocante é que esses mesmos líderes milicianos se reuniram em 2009 com o então prefeiro recém-eleito Eduardo Paes para, em tese, garantir a vitória de seus grupos na licitação das linhas de vans 

CPI das Milícias
Na ocasião, Eduardo Paes garantiu aos líderes das cooperativas denunciadas na "máfia das vans" que elas teriam preferência no processo licitatório das linhas de cada região. A intenção era manter as linhas nas organizações de trabalhadores, ignorando o fato de que elas mantinham laços estreitos com milicianos. Anterior ao encontro, a CPI das Milícias já denunciava algumas das pessoas que aparecem reunidas com Paes e com o vereador Adílson Pires (PT-RJ).
Na foto acima, é possível ver César Moraes Gouveia, conhecido como "César Cabeção". De preto e próximo da porta, ele é o presidente da Rio da Prata, cooperativa vencedora da licitação de 10 linhas na Zona Oeste e citada na matéria da Rede Globo como responsável por uma grande rede de propinas a policiais militares. Ele também foi citado na CPI das Milícias como um dos líderes da máfia de transportes da Zona Oeste. 
Atrás de César Cabeção, de braços cruzados, está Dalcemir Barbosa, acusado pela mesma CPI de ser um dos líderes da milícia que domina Rio das Pedras. À direita do prefeito ainda é possível ver Hélio Ricardo, mais conhecido como "Gringo". Responsável por uma violenta guerra de cooperativas na região, Hélio está preso na Polinter do Grajaú acusado de envolvimento com a milícia. Getúlio Rodrigues, também apontado como líder miliciano, estava presente na reunião e seria executado no ano seguinte. 

Justificativa
Procurada pelo Jornal do Brasil, a Secretaria Municipal de Transportes esclareceu que todos os participantes do processo licitatório que concedeu às cooperativas o direito de circular na Zona Oeste estavam de acordo da lei. Apesar de terem sido citados na CPI das Milícias, eles ainda não tinham sido condenados por qualquer crime e atendiam aos requisitos previstos pela Justiça. A secretaria, no entanto, garantiu que, caso as irregularidades sejam comprovadas, as licitações serão suspensas. 
"Por mais que eles ainda não tivessem contra si qualquer crime na Justiça, essas pessoas foram citadas na CPI das Milícias e mereciam atenção especial. Não é por menos que, entre as pessoas com as quais a Prefeitura negociou, há pessoas presas e foragidas", criticou o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ), responsável pela investigação. 
O vereador Adílson Pires (PT-RJ), à esquerda de Paes, também esteve na reunião
O vereador Adílson Pires (PT-RJ), à esquerda de Paes, também esteve na reunião
Modelo perigoso
Em nota, o Sindvans-Rio criticou o modelo de licitações adotado pela Secretaria de Transportes, no qual cooperativas ou empresas podem concorrer pelas linhas de cada região. Para o sindicato, a licitação deveria ser aberta aos trabalhadores autônomos, que são vítimas dos esquemas de extorsão das cooperativas. 
"Os trabalhadores autônomos legalizados são vítimas e reféns desse sistema que o crime organizado, há mais de uma década, explora com mão de ferro", criticou o Sindvans, que pressiona Eduardo Paes para rever as licitações que deram poder às cooperativas lideradas por milicianos. 
A Secretaria de Transportes explicou que o modelo proposto pelo sindicato não é aplicável, já que não permitiria ao poder público controlar o número de veículos destinados a cada região e os itinerários adotados pelos motoristas.

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