Empresa de fachada faz UPP e unidade de saúde no Rio
Há dois programas-chave na gestão do governador do Rio, Sérgio Cabral,
daqueles que funcionam como vitrine política. O das Unidades de Polícia
Pacificadora, as UPPs, que tiram de traficantes o domínio territorial
sobre as favelas, e as Unidades de Pronto Atendimento, conhecidas como
UPAs, pequenas unidades de saúde para doentes de menor complexidade,
feitas para desafogar prontos-socorros. Na semana passada, VEJA
descobriu que o que vai pelos bastidores desses programas pode
transformá-los em vidraça. Nos últimos três anos, uma única empresa
recebeu 140 milhões de reais pela construção de módulos de aço para as
unidades de saúde. A empresa também montou módulos para UPPs e recebeu
boa parte dos 8 milhões aplicados no projeto pela OGX, empresa de
petróleo do bilionário Eike Batista - o mesmo que empresta o jato para o
governador fazer viagens particulares. Criada em janeiro de 2009, sete
meses antes do primeiro repasse de verbas, a Metalúrgica Valença recebeu
empréstimos de 4 milhões de reais do governo do Rio e a concessão de
uso de um terreno entre 2009 e 2014, período exato do mandato de Cabral,
para se instalar. Mas, na sede da empresa em Valença, no sul
fluminense, não há nada além de uma estrutura metálica incompleta e mato
num terreno baldio. A fábrica até chegou a ser inaugurada, em junho de
2010. Mas dali não saiu, até agora, sequer uma chapa de aço.
O dono da Metalúrgica Valença é Ronald de Carvalho, conhecido na
vizinha Barra do Piraí por sua amizade com o vice-governador Luiz
Fernando Pezão, ex-prefeito da cidade e candidatíssimo à sucessão de
Cabral. Quem de fato monta as unidades é outra empresa de Carvalho, a
Metalúrgica Barra do Piraí, que não tem contrato com o governo do
estado. Procurado por VEJA, o empresário afirmou que não vê problema em
usar a fábrica de uma de suas empresas para construir algo que deveria
ser feito por outra. Tampouco explicou por que, depois de conseguir
empréstimos de 4 milhões de reais e concessão para o uso do terreno, e
de ter direito, em Valença, a um imposto sobre circulação de mercadorias
e serviços (ICMS) 17% menor do que o de Barra do Piraí, até agora não
instalou fábrica alguma na cidade. O governo do Rio afirma que
desconhece as irregularidades relativas aos módulos de saúde e que os
contratos para as UPPs são de responsabilidade da OGX. Revista Veja
Não vi isso em nenhum lugar, acho que são apenas conjecturas.
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