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segunda-feira, 28 de março de 2011

OAB contesta liberação de preso para ir a festa

Chefe operacional da PRF, preso na sexta, deixou Bangu 8 na tarde de sábado e só voltou na manhã de domingo

Paulo Junior

A presidente da turma de ética e disciplina da subsede Bangu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RJ), Vanuce Candez Barros, acredita que o Ministério Público (MP) irá atuar para derrubar o mérito do habeas corpus que permitiu Vinicius Leandro — chefe operacional da 3a- Delegacia Regional da Polícia Rodoviária Federal, em Angra dos Reis, e um dos presos na Operação Pisca Alerta, da Polícia Federal — ir à festa de aniversário de 15 anos da filha no sábado, em Itaguaí.

— Uma autorização para se ausentar da prisão costuma ser de 20 a 30 minutos, para casos extremos como velório de parentes. Esse caso é inédito e um absurdo — enfatizou Vanuce. Segundo o diretor da 1aturma especializada do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2a- Região, Sandro Viegas, a medida foi deferida sexta-feira à noite por Marcello Granado, juiz de 2a- Instância. O relator e juiz convocado Aluisio Mendes, que usualmente faria o despacho, estava fora do tribunal, cujo expediente termina às 19h. Vinicius Leandro recebeu o benefício menos de 24 horas depois de ser preso.

Ele deixou Bangu 8 às 15h30m do sábado e teria sido escoltado por agentes da PF até Itaguaí. Lá, acompanhou uma sessão de fotos e o baile em comemoração aos 15 anos da filha. Só retornou ao complexo penitenciário às 8h30m de ontem. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Marcelo Freixo (PSOL), afirma que a decisão põe em risco a proteção de testemunhas e as fontes da investigação:

— O que chama a atenção foi ele ter ganho o benefício em tão pouco tempo.

Na semana passada, uma senhora de 67 anos ficou detida duas noites em Bangu por protestar contra a vinda de Obama, e ninguém concedeu habeas corpus a ela. Não entendo a liberação sendo o aniversário da filha o motivo. A Justiça deve repensar esses critérios. Vinicius Leandro e os outros oito policiais rodoviários federais detidos na Operação Pisca Alerta são acusados de crimes como advocacia administrativa, inserção de dados falsos no sistema da Polícia Rodoviária Federal, corrupção e formação de quadrilha. ■

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