Bruno, sob custódia da polícia desde o início da confusão na Rua Pinheiro Machado, foi preso sob a acusação de ter sido quem tacou o primeiro molotov, além de portar explosivos em uma mochila, sendo tratado como o troféu da repressão e exibido para a imprensa de forma humilhante.
Ele é um rapaz de cabelo raspado, casaco cinza, jeans e óculos de proteção, visto nessa foto com a mão para o alto antes de a confusão começar (e sem mochila).
Um guia para assistir:
1 - Em 3:46 é possível vê-lo caminhando sem mochila dentro do posto Esso,
logo depois de a polícia ter dispersado os manifestantes.
2- A
partir de 4:30 vê-se o Choque avançando sobre os manifestantes e, por
volta de 4:55, Bruno correndo. Segundos depois, ele é atingido por uma
bomba e cai no chão desacordado.
3- Em 5:14, um policial dá choque no
corpo dele ainda caído, enquanto outro, sem farda e de camisa branca,
tenta segurar o excesso.
4- A partir daí, o corpo de Bruno é
arrastado por vários metros, enquanto a imprensa tenta registrar tudo
apesar da truculência da polícia.
5- No meio do caminho, Bruno retoma
a consciência e os policiais começam a apresentá-lo à mídia com o
“carinho” tradicionalmente reservado aos presos cariocas. Implicam
especialmente com o fato de ele vestir um “colete” metálico tosco para
se proteger.
6- Em 9:10, um policial se gaba do flagrante inventado.
Bruno o desmente e diz que estava no posto, que é inocente, sendo então
agredido e tripudiado pelos outros policiais.
7- Em 10:23, os policiais assumem que o "flagra" foi obra do P2, policial sem farda visto no início do vídeo.
Se resta alguma dúvida sobre Bruno, nesse vídeo é possível ver os
molotovs sendo jogados. Quem acendeu o primeiro estava próximo à grade e
a um escudo branco. Bruno, como mostra a imagem no início deste post,
estava do outro lado da grade. Há ainda outros registros.
Bruno não será liberado sob fiança e não há previsão de quando deixará a prisão. Para a imprensa, ele provavelmente será estatística, mais uma vândalo preso “de acordo com a Polícia Militar”. Para o grande público, mais um baderneiro criminoso. Para quem teve acesso à informação alternativa, mais um inocente criminalizado.
Texto de EDUARDO COSTA
"mais um inocente criminalizado"
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