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terça-feira, 23 de julho de 2013

A história de Bruno e sua prisão ilegal

Bruno, sob custódia da polícia desde o início da confusão na Rua Pinheiro Machado, foi preso sob a acusação de ter sido quem tacou o primeiro molotov, além de portar explosivos em uma mochila, sendo tratado como o troféu da repressão e exibido para a imprensa de forma humilhante. Ele é um rapaz de cabelo raspado, casaco cinza, jeans e óculos de proteção, visto nessa foto com a mão para o alto antes de a confusão começar (e sem mochila).
Um guia para assistir:

1 - Em 3:46 é possível vê-lo caminhando sem mochila dentro do posto Esso, logo depois de a polícia ter dispersado os manifestantes.
2- A partir de 4:30 vê-se o Choque avançando sobre os manifestantes e, por volta de 4:55, Bruno correndo. Segundos depois, ele é atingido por uma bomba e cai no chão desacordado.
3- Em 5:14, um policial dá choque no corpo dele ainda caído, enquanto outro, sem farda e de camisa branca, tenta segurar o excesso. 
4- A partir daí, o corpo de Bruno é arrastado por vários metros, enquanto a imprensa tenta registrar tudo apesar da truculência da polícia. 
5- No meio do caminho, Bruno retoma a consciência e os policiais começam a apresentá-lo à mídia com o “carinho” tradicionalmente reservado aos presos cariocas. Implicam especialmente com o fato de ele vestir um “colete” metálico tosco para se proteger.
6- Em 9:10, um policial se gaba do flagrante inventado. Bruno o desmente e diz que estava no posto, que é inocente, sendo então agredido e tripudiado pelos outros policiais.
 
7- Em 10:23, os policiais assumem que o "flagra" foi obra do P2, policial sem farda visto no início do vídeo.

Se resta alguma dúvida sobre Bruno, nesse vídeo é possível ver os molotovs sendo jogados. Quem acendeu o primeiro estava próximo à grade e a um escudo branco. Bruno, como mostra a imagem no início deste post, estava do outro lado da grade. Há ainda outros registros.


Bruno não será liberado sob fiança e não há previsão de quando deixará a prisão. Para a imprensa, ele provavelmente será estatística, mais uma vândalo preso “de acordo com a Polícia Militar”. Para o grande público, mais um baderneiro criminoso. Para quem teve acesso à informação alternativa, mais um inocente criminalizado. 
Texto de EDUARDO COSTA

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