Carlos Newton
Sem qualquer comentário, O Globo noticiou que o chefe da Casa Civil, Regis Fitchner, já iniciou as conversações com a Procuradoria do Estado, a pedido do governador, para criar um Código de Conduta. E até parece que o jornal levou a sério esse ardil criado por Sergio Cabral para tentar iludir mais uma vez a opinião pública.
Por detrás da notícia oficial, porém, estão subentendidas as verdadeiras intenções do governador. Como o chefe da Casa Civil é procurador do Estado, sua verdadeira pretensão não é criar nenhum ridículo e extemporâneo Código de Conduta. O que ele tenta nos contatos com os procuradores, na realidade, é abafar o incêndio e convencer a Procuradoria do Estado de que nada justifica que seja aberto um inquérito para investigar as denúncias veiculadas pela imprensa a respeito do enriquecimento ilícito de Cabral e suas ligações íntimas com empresários de grande envergadura.
A abertura do inquérito seria o primeiro passo para uma ação civil pública por atos de improbidade administrativa, a ser dirigida contra o governador e os beneficiários diretos dos seus favores ilícitos (empresários Arthur Cesar e Fernando Cavendish, o secretário de Saúde Sergio Cortes e muitos outros), pela configuração, em tese, de diversos crimes, principalmente tráfico de influência e corrupção.
Agora os procuradores do estado, que detêm a competência legal para promover a abertura do inquérito e a propositura da ação, vão ter que definir se a Procuradoria é do Estado (e realmente zela pelos interesses do povo do Rio de Janeiro) ou se a Procuradoria é apenas do governo (e vai sucumbir às pressões do governador).
Não é a primeira vez que Cabral vai depender da Procuradoria. Em 1998, já dava demonstrações explícitas de que estava milionário. Ainda era filiado ao PSDB, mas rompeu com o então governador Marcello Alencar, que o denunciou ao Ministério Público Estadual por improbidade administrativa (adquirir bens, no exercício do mandato, incompatíveis com o patrimônio ou a renda de agente público), pela compra de uma mansão no condomínio Portobello em Mangaratiba.
A carreira de Cabral poderia ter acabado aí. Mas na ocasião, estranhamente a imprensa não mergulhou fundo no assunto. Foi noticiado apenas que Cabral alegou que fazia “consultoria política” para a agência do publicitário Rogério Monteiro, que lhe pagaria R$ 9 mil por mês. A quantia era insuficiente para justificar os elevados gastos de Cabral, mas a acusação de Marcello Alencar não prosperou, porque o subprocurador-geral Elio Fischberg arquivou a denúncia.
Elio Fischberg salvou o governador e agora está prestes a ser expulso do Ministério Público, por ter falsificado as assinaturas de outros procuradores no arquivamento de inquérito civil que investigava policiais acusados de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito, em 2002, entre os quais o ex-chefe da Polícia Civil Rafik Louzada.
O Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em sua mais recente sessão, autorizou o procurador-geral de Justiça, Cláudio Lopes, a ajuizar Ação Civil Pública para a decretação de perda do cargo do ex-subprocurador-geral Elio Fischberg. Por unanimidade, os conselheiros votaram a favor da autorização, em dois processos envolvendo Fischberg.
Agora, novamente Cabral está nas mãos da Procuradoria, mas desta vez Fischberg não poderá salvá-lo. Dependendo da atitude que tomar, a Procuradoria pode se desmoralizar junto com o governador. A missão de Regis Fichtner é blindar Sergio Cabral, para evitar a abertura de um inquérito. Se não conseguir impedir, Fichtner vai então lutar para enfraquecer ao máximo a investigação, para que ao final não sejam pleiteadas a suspensão dos poderes políticos do governador nem a devolução dos prejuízos aos cofres públicos.
Aliás, a escolha de Fichtner para blindar a operação foi de precisão cirúrgica, porque o dublê de chefe da Casa Civil e procurador do Estado é um especialista em fraude à lei, expertise que lhe proporcionou o grau de Mestre em Direito pela Universidade de São Paulo, tendo até publicado um livro sobre o empolgante tema: “A Fraude à Lei” (Editora Renovar, 1994, 142 páginas). Trata-se, portanto, de um mestre no assunto, que sabe como poucos as melhores manobras para blindar o governador, é claro.
“triunfo da nulidade”
ResponderExcluirEike Batista = Testa de ferro do PT, tal como o Daniel Dantas foi do PSDB.
ResponderExcluirO cara não passa de um fantoche para fazer armações às escondidas (pois administra empresas privadas) com as facilidades que recebe do setor público.
Prezados amigos e leitores.
ResponderExcluirNeste caso acho que o Sr. Regis Fichtner deveria também tentar blindar a si próprio, pois, suas ligações com toda essa corrupção é explicita e, bem como, o ardiloso tráfico de influência a qual é principal mentor e executor. Vejamos:
Todos os processos em curso hoje movido por Associações de pesca contra a empresa TKCSA instalada ilegalmente a partir de licenças concedidas pela SEA - Secretária do Ambiente, Leia-se, Sr. Carlos Minc, na zona oeste do Rio de Janeiro, é defendido pelo escritório de advocacia "Andrade & Fichtner". Assim como em ação popular que tramita na comarca de Itaguaí que pretende caçar a licença de instalação do Porto Sudeste do empresário Eike Batista, também é defendida pelo mesmo escritório Andrade & Fichtner. Escritório este que além de carregar seu nome, também conta com parentes seus atuando como advogados nestas ações onde assinam como advogados da empresa LLX Operação Portuárias - Porto Sudeste do Sr. Eike Batista, cito; o SR. José Antônio Fichtner e a Sra. Viviane Fichtner.
Neste caso, não trata-se de uma acusação infundada ou sem provas, pois, sou o "autor" de tal ação que pretende caçar a licença de instalação do Porto Sudeste e, venho lutando não somente contra a empresa, mas como também contra essa máquina covarde do estado que, além de colocar sua procuradoria a defender a empresa, também fornece o escritório de advocacia do Chefe da Casa Civil para o mesmo fim.
Para quem quiser tirar qualquer dúvida, segue o Nº do referido processo em trâmite na 2ª vara cível de Itaguaí.
Processo nº: 0000640-14.2009.8.19.0024
Ass. O Autor do Processo: Marcos Garcia
Nao vai dar em nada! estamos no reino do faz de contas e, aos poderosos, a lei é cega, surda e muda. Em td canto do estado do Rio os tentáculos dos poderosos estão aniquilando! Socorro para os servidores da ceasa/caserj! PDT e PMDB dilapidando e acabando com os bens públicos e favorecendo particulares! O único que tá ao lado dos sofridos funcionários chama-se Paulo Ramos!
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