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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Causa de morte violenta é ignorada no Rio


Folha de S. Paulo

Dos 92 municípios do Estado, dez chegaram a registrar no ano passado mais de 50% desses óbitos sem motivo definido

Casos se concentram na Baixada Fluminense, além de Niterói e São Gonçalo, na região metropolitana do Rio


No Estado do Rio, o primeiro do país na estatística do sistema de saúde em mortes violentas não esclarecidas, dez dos 92 municípios chegaram a registrar, no ano passado, mais da metade de óbitos por causas externas sem explicação dos motivos.

Nesses casos, as estatísticas de saúde não permitem saber se a pessoa morreu por homicídio, suicídio, atropelamento, acidente ou qualquer outra causa não natural.

Dados do DataSus tabulados pela Folha mostram que esses municípios são quase todos da Baixada Fluminense, além de Niterói e São Gonçalo -região metropolitana.

Juntas, essas cidades registraram número maior de mortes violentas sem causa definida do que a capital.

As maiores proporções são verificadas em Itaguaí (92%), Seropédica (86%), Japeri (84%), Mesquita (80%) e Belford Roxo (77%).

Secretários municipais de saúde ouvidos pela Folha citaram a precariedade dos serviços de Institutos Médicos Legais e falta de pessoal como as causas do problema.

Desde 2007, o Estado apresenta, nas estatísticas dos sistemas de saúde, padrão destoante da média nacional.

Em 2010, 27% desses óbitos no Estado aparecem no DataSus como casos não esclarecidos. A média nacional, excluindo o Rio, é de 8%.

Pesquisadores consultados pela Folha dizem que a base de dados do DataSus é a única que permite a comparação com outros Estados e países, já que segue um padrão internacional.

O secretário de Saúde de Itaguaí, Carlos Graça, diz que a proporção de óbitos violentos sem causa identificada no município reflete a fragilidade do Instituto Médico Legal.

Ele diz que o município não faz a codificação das mortes violentas por falta de pessoal treinado."Fizemos uma reivindicação ao governo do Estado para capacitar técnicos do município", diz.

Gustavo Rodrigues, secretário municipal de Saúde de Belford Roxo, diz que a provável causa da não identificação das causas é a falta de IML na cidade.

Os corpos precisam ser enviados para o instituto em Nova Iguaçu, que atende várias das cidades da Baixada.




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