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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Lupi é uma espécie de Ricardo Teixeira na política e domina o PDT como se fosse a CBF.

Para quem pensava que a novela tinha acabado, vêm aí novos emocionantes capítulos. Agora que deixou o Ministério do Trabalho, Carlos Lupi quer assumir imediatamente a presidência do PDT. Ou melhor, quer destruir o partido, pois com ele de volta ao comando já se pode prever o que acontecerá.

Segundo a Folha de S. Paulo, o ex-ministro não perdeu tempo e já conversou sobre isso com André Figueiredo, presidente interino do partido e deputado federal pelo Ceará. O objetivo de Lupi é isolar o grupo que trabalhou por sua queda. Ou seja, vai tentar se vingar, como já está fazendo no Diretório do Rio de Janeiro, onde há duas semanas foi pedida a expulsão do deputado Paulo Ramos, um dos melhores e mais atuantes parlamentares do PDT.

O partido criado por Leonel Brizola merece um destino melhor. Não é possível que seus dirigentes aceitem ser novamente tutelados por Carlos Lupi, que é uma espécie de Ricardo Teixeira em versão política. Hoje o PDT só tem 9 diretórios estaduais, o mínimo exigido em lei. Nos demais estados, o que existe são comissões provisórias indicadas e formadas pelo próprio Lupi. Assim, da mesma forma como Ricardo Teixeira domina as Federações estaduais de futebol e fica eternamente no comando da CBF, Lupi adota a mesma estratégia no PDT.

Aliás, no panorama da política nacional, ele não é o único. Vários partidos estão submetidos à mesma armação, como o
PV, que há dez anos é dominado pelo presidente, deputado José Luiz Pena, que faz o que bem entende com as finanças da legenda, pagava até as contas de luz, gás e água de sua própria residência em São Paulo, conforme ficou provado em auditoria do Tribunal Superior Eleitoral, em meio a múltiplas falcatruas, e ninguém consegue tirá-lo da presidência do PV. Por causa disso, Marina Silva teve de abandonar o partido.

Agora, vai ser patético ver Lupi assumir de novo a presidência do PDT, repetindo que só sairá do cargo se for à bala. E vamos ficar aguardando ele mesmo se autonomear para cargos de assessoria na liderança do partido no Congresso e em outras casas legislativas, para reforçar o caixa.

Tribuna da Imprensa

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