Procurador-geral do Rio diz que não há evidências de que governador favoreceu empresário que emprestou jatinho
Peemedebista usou avião de Eike Batista para ir à festa de outro empresário que tem contrato com o governo
O procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes, admitiu que a conduta do governador Sérgio Cabral (PMDB), ao utilizar o jatinho do empresário Eike Batista para ir a uma festa, em junho de 2011, é questionável no campo da ética. Mas, para ele, não resultou em improbidade administrativa.
O processo que foi arquivado, como revelou ontem o jornal "O Globo", investigava o relacionamento de Cabral com Eike e o dono da festa, Fernando Cavendish, da construtora Delta. O procurador-geral disse que não foram encontradas provas de favorecimento às empresas.
A investigação durou cerca de seis meses. O processo agora será avaliado pelo Conselho Superior do Ministério Público, que decidirá sobre o arquivamento por completo.
"Poderia eventualmente haver questionamento quanto à ética desse relacionamento, mas a amizade do governador, segundo a investigação, não revelou ocorrência de improbidade em nenhum dos casos", afirmou o procurador-geral.
A estreita relação pessoal do governador com os dois empresários foi revelada após uma tragédia com a família do dono da construtora.
No ano passado, o helicóptero que levava familiares e amigos de Cavendish para sua festa de aniversário, em Trancoso (BA), caiu, matando sete pessoas, entre elas a namorada de um dos filhos de Cabral e a mulher e um filho do empreiteiro.
Cabral e Cavendish haviam viajado para Porto Seguro no jato de Eike e embarcariam no helicóptero. Mas devido à lotação da aeronave não subiram a bordo.
NEGÓCIOS
A Delta tem contratos de R$ 1 bilhão com o Estado e, entre outras obras públicas, está reformando o Maracanã, em consórcio com Andrade Gutierrez e Odebrecht.
Já Eike conduz no Rio dois projetos de grande porte, o Porto do Açu, em São João da Barra, e o Porto do Sudeste, em Itaguaí.
"A Delta é uma empresa de grande porte com condições de ganhar muitas licitações e os incentivos fiscais dados às empresas de Eike foram genéricos, iguais ao concedidos a outras empresas", declarou o procurador-geral.
Após o acidente, Cabral admitiu a conduta imprópria e lançou um código de ética que recomenda que servidores não peguem carona em jatos de empresários.
O estatuto dos servidores do Rio, porém, já trazia essa recomendação. Estabelece que é proibido "exigir, solicitar ou receber vantagens de qualquer espécie em razão do cargo ou função, ou aceitar promessas de tais vantagens".
Folha de S. Paulo
Peemedebista usou avião de Eike Batista para ir à festa de outro empresário que tem contrato com o governo
O procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes, admitiu que a conduta do governador Sérgio Cabral (PMDB), ao utilizar o jatinho do empresário Eike Batista para ir a uma festa, em junho de 2011, é questionável no campo da ética. Mas, para ele, não resultou em improbidade administrativa.
O processo que foi arquivado, como revelou ontem o jornal "O Globo", investigava o relacionamento de Cabral com Eike e o dono da festa, Fernando Cavendish, da construtora Delta. O procurador-geral disse que não foram encontradas provas de favorecimento às empresas.
A investigação durou cerca de seis meses. O processo agora será avaliado pelo Conselho Superior do Ministério Público, que decidirá sobre o arquivamento por completo.
"Poderia eventualmente haver questionamento quanto à ética desse relacionamento, mas a amizade do governador, segundo a investigação, não revelou ocorrência de improbidade em nenhum dos casos", afirmou o procurador-geral.
A estreita relação pessoal do governador com os dois empresários foi revelada após uma tragédia com a família do dono da construtora.
No ano passado, o helicóptero que levava familiares e amigos de Cavendish para sua festa de aniversário, em Trancoso (BA), caiu, matando sete pessoas, entre elas a namorada de um dos filhos de Cabral e a mulher e um filho do empreiteiro.
Cabral e Cavendish haviam viajado para Porto Seguro no jato de Eike e embarcariam no helicóptero. Mas devido à lotação da aeronave não subiram a bordo.
NEGÓCIOS
A Delta tem contratos de R$ 1 bilhão com o Estado e, entre outras obras públicas, está reformando o Maracanã, em consórcio com Andrade Gutierrez e Odebrecht.
Já Eike conduz no Rio dois projetos de grande porte, o Porto do Açu, em São João da Barra, e o Porto do Sudeste, em Itaguaí.
"A Delta é uma empresa de grande porte com condições de ganhar muitas licitações e os incentivos fiscais dados às empresas de Eike foram genéricos, iguais ao concedidos a outras empresas", declarou o procurador-geral.
Após o acidente, Cabral admitiu a conduta imprópria e lançou um código de ética que recomenda que servidores não peguem carona em jatos de empresários.
O estatuto dos servidores do Rio, porém, já trazia essa recomendação. Estabelece que é proibido "exigir, solicitar ou receber vantagens de qualquer espécie em razão do cargo ou função, ou aceitar promessas de tais vantagens".
Folha de S. Paulo
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