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domingo, 8 de abril de 2012

'Fantástico' estreia quadro sobre segurança pública

O passado que envergonha Rodrigo Pimentel
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Matérias sobre segurança pública quase sempre são associadas à violência das grandes cidades brasileiras. E Rodrigo Pimentel e Diógenes Lucca sabem bem o que é isso. O primeiro, ex-comandante do Bope, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, roteirista do filme Tropa de Elite e comentarista do RJ TV e do Bom Dia Brasil, da Globo, já se acostumou a ver seu nome associado aos debates sobre grandes crimes e tragédias. E Lucca desempenha idêntica função na mesma emissora - no SP TV - , e já começa a sentir o mesmo na pele.

Por isso, analisar questões ligadas ao combate à criminalidade e dar dicas de segurança aos telespectadores era uma ideia que agradava aos dois. A sugestão foi feita por Pimentel ao Bom Dia Brasil. Mas em uma reunião de equipe, o Fantástico acabou sendo o programa escolhido para discutir o assunto. "Sempre notamos que o público se interessa mais pelas pautas que se aproximam de sua realidade do que, por exemplo, saber como anda a criminalidade na Colômbia", exemplifica Pimentel, enquanto espera para gravar o piloto da série Plano de Segurança, que estreia neste domingo, dia 8.

Para o primeiro episódio, Pimentel e Lucca decidiram convidar o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Roberson Bondaruk. Autor do projeto Design Contra o Crime, o comandante entrevistou dezenas de bandidos para descobrir que tipo de roupas e acessórios prejudicam ou auxiliam os marginais ao atuarem em pequenos furtos na rua. Para exemplificar as situações, o produtor Felipe Coaglio alugou oito manequins e pegou roupas do acervo dos figurinos da teledramaturgia da emissora e até peças de seu próprio armário. Como, por exemplo, a camiseta com um bolso frontal que, segundo o comandante Roberson, pode ser usado para guardar dinheiro ou um documento mais importante que não chame a atenção, já que sua localização dificultaria a ação de um delinquente. "Muitas vezes, o que é mais seguro não é o que seria esteticamente mais adequado. Mas, em determinadas situações, isso tem de ser bem ponderado", avalia o especialista.

A gravação acontece no Espaço Maurice Valansi, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Por se tratar de um dos mais importantes nomes da segurança nacional, Roberson é protegido até na hora de escolher a mesa onde ficará sentado antes de iniciarem as gravações. "Aqui, ele fica escorado pela parede", determina um dos seguranças. Tudo para que a conversa entre o convidado e os anfitriões não represente nenhum risco. "Das informações que buscamos até agora, esse coronel é quem tem as mais preciosas. Quando você vai falar disso, muitas dicas parecem óbvias, mas as dele não", garante Pimentel, que exemplifica, em seguida, com uma informação que surpreende a maior parte da equipe de gravação. "Assaltantes de residência preferem casas com muros mais altos, assim eles podem ficar por mais tempo no local sem serem notados. Ou seja, é uma ferramenta que as pessoas acreditam ser de segurança, mas funciona muitas vezes de maneira contrária", defende.

Depois de analisarem roupas femininas e masculinas, o trio parte para um acessório comum no visual da mulher: a bolsa. "Normalmente, as preferidas das moças também são as que os bandidos mais gostam. É a importante usar bolsas com botões ou zíperes fechando todos os compartimentos em que estiverem objetos de valor", sugere o coronel Roberson. Nessa hora, também se nota a importância da comunicação eficaz com as classes mais populares. Ao citar que determinado espaço seria o ideal para guardar o smartphone, Diógenes Lucca ouve de uma pessoa da equipe que "é melhor repetir, mas falando telefone ou celular mesmo".

Por enquanto, a série já tem sete episódios confirmados. Cada edição dura cerca de dez minutos e Pimentel e Lucca conseguiram, inclusive, verba para uma viagem internacional. Os dois foram à Colômbia, nas cidades de Bogotá e Cali, para exibirem modelos que deram certo lá e que, de repente, podem ser trazidos para cá. "A Colômbia sempre teve um forte histórico de violência e implantou soluções simples. Lá, para andar de moto, por exemplo, o cara precisa usar um colete com a placa estampada. E, a partir de certa hora, não pode ter garupa", exemplifica Pimentel. Os dois gravaram ainda em São Paulo, Maceió e Brasília. "Dependendo dos resultados, podemos até pensar em aumentar o número de episódios ou em uma nova temporada. A vontade é fazer dar certo", torce Diógenes.

TERRA

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