Reformada, emergência pediátrica de hospital não tem médicos
No Cardoso Fontes, unidade federal, funcionários e familiares de pacientes reclamam de más condições
Superlotação, falta de médicos e até escassez de material hospitalar. Estas são algumas das queixas de funcionários e familiares de pacientes do Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá (Zona Oeste do Rio). A situação da unidade, que já era ruim, chegando a ter centros cirúrgicos e emergência pediátrica fechados, ficou ainda pior nesta segunda-feira, quando funcionários fizeram uma paralisação de 24 horas, e apenas pacientes em estado grave foram atendidos.
Superlotação, falta de médicos e até escassez de material hospitalar. Estas são algumas das queixas de funcionários e familiares de pacientes do Hospital Federal Cardoso Fontes, em Jacarepaguá (Zona Oeste do Rio). A situação da unidade, que já era ruim, chegando a ter centros cirúrgicos e emergência pediátrica fechados, ficou ainda pior nesta segunda-feira, quando funcionários fizeram uma paralisação de 24 horas, e apenas pacientes em estado grave foram atendidos.
Depois de quase três horas de viagem, a aposentada Ivanir Andrade, 69 anos, moradora de Campo Grande, não conseguiu atendimento para urologia. A consulta estava marcada há um mês, e ela precisa agendar uma cirurgia para retirada dos cálculos que obstroem seu canal urinário.
"Não adianta ter aparelhos modernos, uma Copa e uma Olimpíada. É preciso ter médicos"
"Não aguento as dores fortes, e preciso desta consulta. Não sabia da paralisação e espero que eu possa ser atendida o quanto antes. A minha cirurgia é urgente", desesperou-se.
De acordo com o diretor da unidade, Pedro Fernandes, a maior carência é por pediatras e anestesistas. Nesta segunda-feira (24), o hospital dispunha apenas de nove anestesistas. Para que todos os centros cirúrgicos voltem a funcionar, no entanto, é necessário que este número chegue a 40.
"O Ministério da Saúde já aprovou a convocação de 17 médicos anestesistas habilitados no concurso público de 2010 para lotação neste hospital. Não somos um hospital fantasma. Estão fantando médicos, sim, é inegável. Precisamos de concursos públicos. Este é o nosso problema", afirmou o diretor da unidade.
Aposentada viajou mais de duas horas para chegar ao Cardoso Fontes e não pôde ser atendida.
Aposentada viajou mais de duas horas para chegar ao Cardoso Fontes e não pôde ser atendida
Para Araci Moreira, 80 anos, o atendimento está cada dia pior.
"Este é um hospital de referência. Já tive um neto que ficou curado de água na pleura na emergência pediátrica. Agora, por falta de médicos, fecharam a emergência das crianças. Não adianta ter aparelhos modernos, um Copa e uma Olimpíada. É preciso ter médicos", reclamou a mulher.
Apesar da assessoria de imprensa do hospital alegar que a emergência funcionou sem transtornos nesta segunda-feira, pacientes ouvidos pelo JB contaram que apenas um médico prestava atendimento no setor. Para averiguar a denúncia, o JB tentou visitar a emergência, mas foi impedido de entrar.
"Jornalista não pode entrar na emergência, apenas os pacientes", disse uma assessora de imprensa, ao ser questionada sobre as reclamações dos pacientes.
Emergência foi fechada depois de grande reforma.
Enquanto alguns hospitais padecem de infraestrutura, a emergência pediátrica do Hospital Federal Cardoso Fontes lembra uma unidade de saúde particular de luxo. Com uma grande reforma há cerca de 1 ano, o setor teve as portas fechadas devido à falta de médicos.
"Muitos médicos, inclusive estatutários, pediram demissão. Outros, com idade avançada, se aposentaram. Precisamos repor estes profissionais. Hoje, contamos com cerca de 30 pediatras. Precisamos dobrar este número para reabrir a emergência pediátrica", analisou o diretor da unidade, Paulo Fernandes.
JORNAL DO BRASIL
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